
Sérgio Krithinas analisou a ausência de uma nota oficial de pesar por parte de Sporting e Benfica em relação ao falecimento de Jorge Nuno Pinto da Costa. O diretor executivo do jornal Record justificou o silêncio do clube de Alvalade, afirmando que o ex-presidente do FC Porto via os dois rivais como “inimigos” e não apenas como adversários, além de ser conhecido por não medir esforços para alcançar os seus objetivos.
Na sua coluna de opinião, Krithinas reconheceu a importância dos títulos conquistados por Pinto da Costa, mas também relembrou os momentos mais controversos da sua gestão: “Num mundo cada vez mais dividido entre preto e branco, há várias camadas de cinzento na história de Jorge Nuno Pinto da Costa. O seu legado começará agora a ser contado de forma mais lúcida, à medida que se dissipem as paixões e os ódios que marcaram a sua trajetória.”
O jornalista foi além e mencionou aquilo que considera ser uma “cegueira clubística” ao ignorar certos episódios do ex-dirigente: “Os títulos contam uma boa parte dos 42 anos à frente dos dragões, mas seria cegueira clubística não reconhecer os excessos, muitos deles ultrapassando as linhas da legalidade, que ocorreram ao longo desse percurso tantas vezes vitorioso.”
Para Krithinas, o silêncio de Sporting e Benfica tem um significado claro. “A morte de qualquer pessoa é sempre uma perda irreparável para a família, amigos e todos aqueles que a estimavam. Por isso, deve-se respeitar a dor dos que eram próximos do ser humano Jorge Nuno. Mas também existia Pinto da Costa, o presidente do FC Porto, que não via adversários, mas sim inimigos – termo que usava frequentemente – e que não hesitava em fazer o que fosse necessário para alcançar os seus fins. Foi sobre a partida desse dirigente que Benfica e Sporting optaram por não se pronunciar.”
Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente do Sporting e atual presidente do Grupo Stromp, também justificou a posição do clube de Alvalade, alegando que os leões não quiseram “ser hipócritas”. Segundo ele, a ausência de uma nota de pesar está ligada ao fato de os valores defendidos por Pinto da Costa não estarem alinhados com os princípios históricos do Sporting.